À seco...

Ela entrou naquele bar exalando cheiro de pecado cometido. Ato consumado. Vinha com o andar meio mole ainda, de quem sabe como fazer(fazer o que? não importa! Ela sabia.) Tinha curvas perfeitas onde eu adoraria... bom, como ia dizendo: ela tinha as curvas perfeitas, tão perfeitas que não precisaria de esforço algum pra deixar qualquer um com um puta tes...

Continuando:

Ela entrou espalhando o tal cheiro. Cheiro forte.
Maquiagem desfeita e cabelos que certamente foram assanhados e em seguida repenteados na tentativa de imitar o penteado original.
Aaah, mas ela não me enganava.

Sentou-se lá sozinha no terceiro banco grudada no balcão do bar, com os seios se espremendo naquela madeira dura (que maldade!).
Linda e sozinha, a Maria Madalena desamparada debaixo daquele blazer preto e a calça, bem esqueci a cor da calça, mas lembro-me que pedia uma análise demorada, ou melhor: imaginação fértil.


Sentada a minha Madalena pediu:
- Um martini por favor.- consegui ler-lhe os lábios.
Bebeu de uma só vez.
- Outro, por favor...
Bebia sem parar, perdi as contas de quantos copos foram quando ela cruzou as pernas, exigindo assim que eu desviasse minha atenção, e foi aí que eu vi que ela usava um scarpin preto, o que pedia uma resposta imediata de meu corpo.
Não me contive, precisava falar com ela, escutar a voz, e depois quem sabe...(ela ja estava bêbada mesmo, ofereceria carona e o futuro à Deus pertence):

- Oi.
- Oi.- (É tão mais gost...linda de perto)
- Sozinha?
- É
- Uma mulher linda como você?
- É
- Não devia beber tanto...
- Tristeza...
- Hum, brigou com o namorado?
- Não! Ainda não!
- Hum, ja sá sei...ele tem outra? Você descobriu uma traição?
- Não!
- Não? Mas o que houve?
- Eu traí!
- Aaaah, é traição não é legal mesmo. Se arrependeu não foi?
- Foi! Ô criaturinha ruim de cama.
- ...
- Mais um martini por favor!


(Por: Livia Queiroz)