quarta-feira, 24 de junho de 2009

O PAU DO MONSTRO

Tem muita coisa tosca nesse mundo, e quem não tiver uma tosquice que atire a primeira pedra...
Mas uma pergunta me povoa e intriga: que mania é essa, meu Deus, de sentir tesão vendo o tesão dos outros?
Não que seja de todo inconcebivel, temos nossos sentidos aguçados o tempo inteiro pelo meio externo. Sons, texturas, cheiros. Com sexo não seria diferente.
Há muita gente que prefere ficar em casa vendo um pornô sábado a noite do que sair pra viver a vida real. Ora, é apenas um filme como outro qualquer, exceto pelo numero de litros de esperma jogados na cara da "talentosa atriz".

O sexo do outro lado da telinha é inalcançavel, e por isso há tanto fascínio.
Nada contra quem assista, nada contra quem goste. E confesso que se a coisa tiver qualidade eu aprecio e teço comentários, mas isto é a exceção.
Tudo bem que o principal do pornô é o sexo. Incontestável. Mas porque de historias estupidas, que atentam contra a inteligencia?
Algo da espécie aluna sendo castigada pelo professor, enfermeira e paciente "bem dotado", menina abandonada(não, ninguém merece menina abandonada), e isto nem de longe é o pior. As tintas com que se pintam as historias quando não são pastéis demais, são coloridas demais.
Ou o cara faz sexo como quem tá escovando os dentes, ou faz do tipo o mundo desabará em dez segundos sobre nossas cabeças.
O pior é que as mulheres tem que estar sempre satisfeitas com o oralzinho OBVIAMENTE mal feito que "recebem".
E quando eles gozam na cara dela? Meu Deus, o que é aquilo?
E elas sorriem...
É. Gosto é igual a cu mesmo!
E tem coisas muito mais ridiculas e certamente mais idiotas:
As poses submissas, os famosos tapinhas, o estica-puxa-e-vai que faz parecer que o sexo é coisa de um adestrador domando fera.

Obvio: filmes feitos por homens para homens.

Filmes que perpetuam estereótipos, que criam mitos e fantasias.
E ainda tem quem ache estimulante ver este produto a dois, o argumento é que serve pra apimentar o negocio, sair do lugar-comum, ousar. Tá mais pra caricatura, pra circo, que nem filmes de terror onde dá pra ver o zíper da roupa do monstro(e o pau do monstro).
Aos amigos que levam um filme desse pra casa, cuidado. O efeito colateral pode ser diferente do desejado. Causar risos em vez de caricias quentes.
Precisamos mesmo é de moças sacanas que assumam os papéis de produtoras de filmes pornô.

Sacanagem produzida por mulheres para mulheres.

Os tons seriam mais adequados, o desenrolar mais inteligente.
E os sentidos?
Bem, quem pode negar que uma mulher é capaz de propiciar coisas inimaginaveis na hora de aguçar os sentidos do outro?


Escrito por: Lorena Silva
Editado por: Livia Queiroz

domingo, 3 de maio de 2009

O Ensaio (ou anseio) de Chico... (Parte Final)


Pois bem, a vida não anda sendo muito justa comigo!
Nem a tática de não dar mais bola à essa ninfeta funcionou, até porque, agora, como não fico mais na varanda a observá-la, ela pousa seu polegar em minha campainha todas as tardes. E senta-se irrequieta sobre meu sofá, de frente pra mim, mordendo os lábios de vez em quando, no intervalo entre um gole de suco(só ofereço suco, porque tenho certeza que ela acaba comigo no primeiro gole de álcool) e uma ou outra palavra minha.
Não sei onde isso vai parar. Pego-me vez por outra pensando onde ela quer chegar. Porque se for um teste pra ver sua capacidade de sedução, ela já venceu e sabe disso. Sabe, inclusive, do poder que exerce sobre mim. Acho mesmo que é crueldade. Só pode ser psicótica, a diaba. E eu é quem me fodo, quando na verdade eu é que queria fodê-la.

Anda me contando umas poucas coisas de sua vida, mas apenas as partes límpidas. As sujeiras ela esconde, mas nem precisa contar mesmo, eu já posso imaginar. Todas.
Não sei que diabos ela faz da vida, ou melhor, o que ela não faz, porque todas as tardes, no mesmo horário ela dá as caras.
Será que não tem nada mais importante para fazer do que deixar um pobre coitado a ver navios, ou melhor, a ver calcinhas, afinal é só isso que ela me mostra.

Eu também tenho culpa no cartório. Eita que expressão mais antiga.
Será que é por isso que não consigo pegar a Fernandinha?
Por causa destas expressões e jeito do arco-da-velha?
Tem tanto coroa mais velho que eu, mais feio do que eu que anda por aí com cada pedaço de mau caminho.
Olha só, pedaço de mau caminho, desde quando não se fala isso?
Se eu desse uma repaginada será que ela ia me dar bola?
Umas roupas mais lights. Se eu criasse um clima mais íntimo quando ela estivesse perto de chegar, uma música, uns aperitivos, um coquetel de frutas... Era só usar e abusar do intelecto, não ia ter jeito.
Por outro lado, essa coisa moderna demais não combina comigo. Eu não saberia andar de bermudão e havaianas. E acho que ela ia rir da minha tentativa fracassada de virar um garotão da noite por dia.

Hum, deve ser ela tocando a campainha. Bem na hora.

- Oi Fernandinha.
- Oi seu Chico, tudo bem?
- Tudo e com você? Porque não entra?
- Claro. Estou bem seu Chico.
- Sente-se
- Obrigada. E então, como andam os escritos?
- Vão indo. Até andei pensando sobre a sua sugestão. O conto sobre o tal frouxo...
- Foi? E aí? Vai escrever?
- Cheguei à conclusão que ele não é um frouxo, de fato. Talvez ele seja um dos poucos cavalheiros, um dos poucos homens que respeitam uma mulher e não parte pra cima como um animal até ter certeza se o desejo é recíproco.
- E se for?
Agora ela me pegou... Puta que pariu! Que devo dizer? Não sou nem um pouco cristão, mas se algum anjo da guarda me soprasse a resposta eu agradeceria...

-Bem, eu acho que o sujeito só quer ter um pouco mais de certeza. Não quer que a dama pense que ele é apenas mais um insensível. E além do mais, há outra hipotese - agora eu pego ela- e se ele tiver fazendo charme, pra ver até onde ela aguenta? Também há homens provocadores dona Fernanda, que gostam de testar seu poder de sedução, que nem pavões exibindo suas penas.
- Ah é?
- É.
- Então o que é que eu preciso fazer pra você cair na real seu Chico? To te cercando faz tempo! Se liga! Será que vou ter que tirar a roupa bem na sua frente pra ficar mais óbvio?
- Se quiser...
- Ora!
- Posso? - Uau! nem acredito, devo estar com cara de um garoto de 15 anos prestes a perder a virgindade, chegando perto dela, puxando-a para mim, como um perfeito cavalheiro.
Mas ela está mais pra uma @*&8%7 monta em mim numa selvageria incrível. Quanto desejo!
Acho que não sou tão babaca quanto pensei...
Enfim vou sair desta aflição, deste tempo de angústia, vou me livrar das noites e noites mal dormidas. Envolvo-a com beijos demorados, mas a danada é mesmo desta geração apressaddinha, vai logo tirando minhas calças e em pouco tempo está completamente nua. Não quer perder tempo com preliminares.

Enquanto ela quer ir direto pra penetração, pro vamo-ver, eu tento extrair ao maximo deste momento, que quase não chegou, quero mais é percorrer o corpo tudo, acaricia-la centimetro por centimetro, deixa-la rendida. Nunca deve ter tido um homem de verdade. Esses jovens de hoje, não entendem nada de prazer.
Mas ela tá impaciente, já tô vendo. Quer logo que eu mostre serviço, mas estranhamente até agora nada. Eu que por qualquer mostrada de calcinha já tava à loucura, agora com a tal aqui, debaixo de mim, pernas abertas, esperando a celebração e eu nada.
Que merda, era só o que fatava, só pode ser praga, esta menina só pode ser bruxa ou fez macumba pra mim. Inferno, este diaxo que não sobe. Suor e luta, nada mais. Ela vai já cansar, daqui a pouco já vai embora.
Já bocejou, fez cara de pouco caso.
O que eu faço?

- Ah seu Chico, pô. Assim num dá né? Não sobe não? - (Caramba! ela ja vai, está se vestindo)
- Mas Fernandinha, espere um pouco mais, vamos conversar.
- Que conversa que nada, seu Chico, não tem nada que reanime este negocio aí. Poxa, maior tempão pra se decidir e me vem com esta? Que decepção!
- É que eu to um pouco nervoso, foi a ansiedade, o desejo desmedido, você é tão maravilhosa e eu desejei tanto e tanto estar com você assim, nua, linda, com estes cabelos, estes olhos e todo esse corpo perfeito debaixo de mim...
- Só falta agora você me dizer que isso nunca te aconteceu antes e que você não entende...não vem com esta poesia barata não! Você broxou e ponto! Tchauzinho.
- Espera... espera!
- Até nunca mais seu Chico!

Droga de Pinto! Droga! Mil diabos!
Aposto que ela vai sumir agora...


Dias depois...

Ela sumiu, não dá mais as caras. Voltei a ficar na varanda para ver se ela passa e nada!
Não deve mais nem querer conversa comigo.

Uauuuu quem será essa delícia vindo da pracinha?
Muito mais gostosa que a Fernandinha, e ...

- Oi. Boa tarde. Você não é o Chico Freitas, aquele cronista famoso que escreve pro Jornal? -
Essa não!
- S... si...sim...
- Muito prazer, sou uma leitora assídua sua. Sou fã. Meu nome é Amanda. Mas pode me chamar de Amandinha.
- O.o


FIM!!!


(Por: Lorena Silva e Livia Queiroz)

domingo, 19 de abril de 2009

O Ensaio (ou anseio) de Chico... (Parte IV)


O incidente do zíper deixou-me morbidamente envergonhado de mim mesmo.
Ando confuso, às vezes penso que ela não malda as coisas, outras vezes penso que Fernandinha faz de propósito.
No fim das contas eu não sei.
Eu, Chico, já não sei mais de nada, conheço as respostas de meu corpo e nada mais...

Decidi: vou dar um tempo, esfriar a cabeça e o restante do corpo que anda fervendo, nada de ficar mais de espreita na varanda , dando trela, porque acho que ela já sabe que a espero passar.
Acho? Como sou estúpido!
É claro que ela sabe e como sabe!
E por isso me provoca e faz tipo. Fernandinha, quer me fazer perder o pouco juízo, mas não posso, tenho que me controlar. Vou ficar na minha, sumir uns tempos e ver no que vai dar.

Três e meia da tarde, é agora...
Ela deve estar passando, e já deve ter percebido que não estou à "sua espera"...
Será que ela sente falta de dizer: "Oi Seu Chico?"
Será que está rebolando gostoso do jeito que rebola pra mim?
Será que está...

[a campainha toca]

- Oi seu Chico?
(Puta que pariu, essa mulher me persegue...)
- O... o... oi Dona Fernanda.
- FERNADINHAAAAA! PODE CHAMAR DE FERNANDINHA
- Ah sim desculpe, Fernandinha - (Que diabos! Nem ficar na minha adianta. A mulher quer mesmo é ver o estrago, me ver feito tonto, leso, desmanchando, caindo aos seus pés.
E se eu fizesse pouco caso, bancasse o durão e dissesse pra ela que tô esperando minha namorada? Ah, ela não acreditaria, nunca vem ninguém aqui, faz tempo que não como niguém. O jeito é fingir indiferença e ver no que vai dar.)

- Não te vi lá fora seu Chico... Está tudo bem?
- Sim está. Preciso trabalhar e me concentro melhor aqui dentro do que na varanda.
- Ah sim, estou atrapalhando o senhor?
- Não, claro que não! Quer dizer, não sei se poderei lhe dar muita atenção...
- Ah, mas eu posso ajudar, sobre o que é esta crônica? Porque não me convida pra entrar, sentar e tomarmos alguma coisa? Tem o que aí, wisky, vodka, até uma cerveja neste calor ajudaria?
- É claro dona Fernanda, entre e sente, fique a vontade, vou trazer-lhe um suco de laranja que fiz agora há pouco, está bem gelado e espantará o calor.
(Imagine, um diabo desses ao natural já faz o que faz, imagine com duas ou três doses de whisky nos couros.)
- Obrigada.

Daqui da cozinha dá pra enxergar apenas as pernas dela, gostosas e descobertas.
Ela parece estar impaciente, as cruza e descruza e nesse intervlao posso ver o azul lindo de sua calcinha...
As minhas calças começam a ficar mais avolumadas como de costume e a vergonha se faz presente em meu semblante...

- Mas, sim seu Chico, lhe perguntei e o senhor não respondeu, sobre o que é a tal crônica? Sabe, estive pensando, o senhor bem que poderia escrever sobre um moço que morre de desejo por uma moça, mas não tem coragem de pegá-la de jeito.

(Ah danada, quer me deixar maluco mesmo. E se eu a agarrasse aqui, não teria como resistir, e bem que eu poderia alegar que ela também queria, que foi ela quem quis entrar, que se convidou...)

- Mas Dona Fernan...digo Fernandinha, você acha que existe homens assim?
- Claro que existem.
- Eu até poderia escrever sobre isso, mas aí seria um conto, não uma crônica.
- Tudo bem, contanto que escreva.
- Não prometo, mas quem sabe? Mas porque esse interesse repentino por esse assunto?
- É que conheço um frouxo, que morre de vontades, desejos, sei que ele palpita por dentro, tremelica, mas não tem coragem...
- É... é...

(É agora, aposto que ela quer que eu a agarre aqui. Então ela desabotoará minha calça e segurará com força como se quisesse me mostrar que era aquilo que ela queria.)
Pronto... Vou me aproximar, que cheiro gostoso ela exala! Chego bem perto pronto para tocar e para...

- Bem seu Chico, eu preciso ir agora. Obrigada pelo suco.
- Mas... mas... - impossível! Filha da P***
- Tenho que ir, adorei o papo, e aguardo a crônica, ou o conto.


CONTINUA...

(POR: Livia Queiroz e Lorena Silva)

domingo, 15 de março de 2009

O ensaio(ou anseio) de Chico...(Parte III)

Lá vem ela de novo.
Puta que pariu!
Por Deus e minha N. Sra dos caras babões, até quando suportarei?
É tudo igual, todos os dias o mesmo ritual, a unica coisa diferente é o tamanho das roupas. Sempre diminuindo... diminuindo...
Mas está decidido, não posso viver assim para sempre(ou posso?!). O fato é que não quero o fantasma de Fernandinha agitando minhas calças todo santo dia, aliás, de santo, meus dias, não têm nada.
E o ritual começa:

Ela vem dessa vez com um quase-sorriso-tímido escondido na canto da boca, diz o famoso: "Oi, seu Chico", fala algo sobre o dia, sobre o clima quente e comenta que a unica coisa que precisa nesse exato momento é um sorvete de limão, diz o "Tchau, seu Chico" e segue em direção à pracinha.
Praça essa que deve receber tamanha gostosura, aliás, corrigindo porque esse palavreado não combina com o "seu Chico" aqui.
Pracinha essa que deve receber tamanha formosura de braços abertos.
Aaargh...Formosura?
Aposto que ela m lançaria um olhar de reprovação.

Mas voltando à tal passada cheia de rebolados:
Lá vai Fernandinha, e eu pela primeira vez vou atrás. Sigo-a feito cão seguindo a fêmea no cio. Perdoe-me a expressão mas é que ela lança o seu cheiro contra mim e meu pobre corpo atordoa-se. É sempre assim. Sinto-me um adolescente de 15 anos.

Ela olha pra trás, me vê, mas finge que não vê, capricha mais ainda no rebolado. Pára no carrinho de sorvete pede um, olha pra mim de canto de olho (continuo querendo me camuflar para fingir que não estou ali por causa dela) e pede: "Quero de limão, por favor".
Paga. Pega...
Pega O SORVETE e senta-se num banquinho de frete pra mim, à uma distância razoalvelmente pequena.
E eu parado, cara de tolo, querendo esconder a vergonha na sombra que meu corpo suado produz, desejando também aquele sorvete.

Uma coragem (ou quem sabe uma vertigem) me faz ir ao encontro de Fernandinha, que continua descarademente entretida com o seu "sorvete de limão". Me aproximo com cuidado, como se estivesse com medo de acordar um bebê(ou seria uma leoa?):

- Oi seu Chico.
- Oi, D. Fernanda.
- F-E-R-N-A-N-D-I-N-H-A, pode chamar de Fernandinha.
- Ah sim, desculpe.
- Tudo bem. Quer?
- O que?
- Sorvete, seu Chico. Que mais poderia ser?
- Ah, é mesmo, tem razão. Não obrigado.
- O sr. está bem? Parece pálido.
- Deve ser a claridade me pegando de frente, aí fica a impressão que estou pálido.
- Hum. Quer sentar?
- Não, não obrigado, mas só estou de passagem. Preciso voltar pra casa, tenho umas crônicas por terminar e só tenho até amanha pra enviar pro jornal.
- Então tá. Tenho lido muito suas crônicas.
- É? E o que acha?
- Adoro o que escreve. A que eu mais gostei foi aquela da jovem moça que atiça um vovô.
- Não diga!
- É. Seu Chico posso lhe dizer uma coisa? O sr. não vai me levar a mal?

"É agora", penso, "Chegou a hora da verdade. Agora ela vai confessar que se insinua, que sente tesão. Vai dizer que sabe que a jovem moça da cronica é ela e eu sou o tal 'vovô'. E se bobear até vei sussurrar em meu ouvido o que quer que eu faça com ela. Levo pra casa e pronto! Meus dias de paz voltarão."

- Pode falar, Fernandinha, sem essa de eu levar à mal.
- É que... é que...
- Sim, fale.
- Seu zíper tá aberto.
- O.o


(Por: Livia Queiroz)



CONTINUA...

domingo, 8 de março de 2009

O ensaio(ou anseio) de Chico...(Parte II)

Aqui estou eu , esperando-sentado, o relogio não falha(ela também não),
daqui a pouco vai passar.
Ela sabe que estou aqui esperando, com cara e jeito de tonto. O tamanho da saia e da blusa diminui à cada dia. Dirá, "oi seu Chico", só pra me deixar sem juízo.
E eu tenho lá idade pra ser chamado de "seu Chico"?
Sei que é só pra me atiçar.
Lá vem ela...
Cinco, quatro, três,dois, um...
- Boa tarde seu Chico. (Ah malvada, num disse?)
- Boa Tarde, D. Fernanda.
- Não precisa do Dona, pode chamar de FERNANDINHA. Que calorão hein? Daqui uns dias não tem quem ande vestido.
(E ainda diz isto com um sorriso no canto da boca descarada. Até parece que anda vestida!)
- Pois é.(É o que consigo dizer)
- Então , tchau. - e sai rindo com aquele vocabulário molengo escorrendo pela boca, e que boca! Imagino as mais sórdidas loucuras e ela também fica pensando quando percorre com o olhar o zíper de minha calça -agora avolumada por conta dos passos dela.
Por mais que eu tente disfarçar, o resto do corpo não obedece e o cérebro manda minha vontade de pensar em outras coisas (não-sexuais) pro beleléu.

E lá vai a Fernandinha rebolando, e minha cabeça(a de cima) acompanhando o ritmo. Como é que posso pensar em outras coisas se sei que daqui a pouco a danada passará de volta seguindo o mesmo ritual rebolativo-exibido?
Como posso me concentrar se sei que ela voltará com a cara mais lavada e dirá de novo o “oi seu Chico”,e o "então tchau" , devidamente ensaiado, me deixando com cara e as calças de bobão mais uma vez. Isto tudo virá antes que me recupere e consiga pensar em outras coisas como a cotação do dólar, o telhado que precisa de conserto e o texto que preciso enviar para o jornal no mais tardar até amanhã. Ela é perigosa como uma enchente e levará tudo por água embaixo, então melhor é nem tentar.
Cinco, quatro, três, dois, um...
- Oi seu Chico. Fui só dar uma volta na pracinha pra ajudar a espantar o calor, tomar um sorvete. Tchauzinho viu...


CONTINUA...

(Por: Livia Queiroz e Lorena Silva)
Vide: O ensaio(ou anseio) de Chico...(Parte I)



SELINHOOOOOOO



GANHAMOS ESSE SELINHO DO BLOG DA Jaacke:) ADORAMOS.
AQUI FICA O NOSSO AGRADECIMENTO.
MUUUUITO OBRIGADA. BEIJÃO.

A você que está lendo e que verá que recebeu também:
1- Ao receber o selo, listar 7 coisas que te fazem sorrir.
2- Indicar o selo a 7 blogs que fazem você sorrir.
3- Informar aos blogs indicados que eles receberam o selo.

Vamos as coisas que me faz sorrir:

[Como somos duas nesse blog, eu e a Lorena, falarei apenas 3 coisas q me fazem sorrir e ela fará 4] Justo né? rsrsrs:


Coisas que me fazem sorrir, por: Livia Queiroz:
  1. Os meus alunos sempre curiosos, são uns amores, meus bebês.
  2. A lembrança de um cafuné gostoso.
  3. Tomar topada na rua(sou lerda, Às vezes me acontece)
[A LORENA RESPONDERÁ EM BREVE]


Blogs Indicados por Livia Queiroz:


[A LORENA ESCOLHERÁ 4 BLOGS EM BREVE]...




segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Seis nós

É meus amigos, não é nada fácil ser o bendito entre as mulheres, mas tive que me conformar desde que papito morreu, quer dizer, desde que meu pai morreu.Tive que aguentar muito chilique de mulher, muita TPM, Pré-tpm, Pós-tpm. Mulher mete a pobre da TPM em tudo que é circunstância, e a gente é quem paga o pato(o mês inteiro).
O pior mesmo era aquela história de que eu ia ser fruta, por causa da falta da presença masculina. Mas esse nunca foi o meu problema!
E por mais que a mente feminina me intrigasse e por certas e muitas vezes me tirasse do sério, eu sentia-me encantado pela alma feminina.
Na minha adolescência(tempos de "entusiasmo") desvendei a alma de mil mulheres ao mesmo tempo. Eu me considerava apenas um curioso, um pesquisador que idolatra seu trabalho e trabalhava com afinco(Tradução feminina: GALINHA). Afinal, qual homem já tentou de verdade entender a alma feminina? Só os boiolas eu acho, mas estes aí se empenham tanto que acabam se comproMetendo e comproMetidos.

Bem, voltemos ao assunto, que esse negócio de arco-íris não é comigo...
Eu era este garanhão até conhecer Camila, que definitivamente me fez querer recortar melhor meu objeto de pesquisa. Não é assim que falam no mundo acadêmico?
O objeto não pode ser muito abrangente, senão você se perde. E eu estava perdido. Até que apareceu o “objeto Camila”. Desculpem, não é um trocadilho, apenas um conceito acadêmico.
Camila me fez querer estudá-la por inteiro. Ela era o que eu costumam denominar de "mãe dos meus filhos". Era ela, eu sabia que era ela. E ela queria muito a mim também.

A coisa foi ficando séria e pedi Camila em casamento. Ela aceitou, mas então veio a difícil decisão, apresentá-la a família. Camila iria ter que passar pela prova de fogo, sabe como é... Teria de ser aceita por um júri digno de colocar Hitler, Stalin e Mao Tse- Tung no chinelo. Minhas cinco irmãs(incluindo a bruaca, Estela) e a matriarca dona Helena. As mulheres que passaram a vida inteira pondo pra correr as minhas namoradas

Tive pesadelos, imaginei as jararacas, digo melhor minhas irmãs, fazendo Camila arrepender-se de ter me conhecido. Iam falar da minha fama. Iam destruir tudo, mas eu simplesmente não podia casar e comunicar depois: “Casei”. Me matariam. Me tirariam do testamento. Ou seja, não podia contrariar as feras.
Então tive que engolir em seco e ir em frente. Levei-a numa tarde de domingo pra conhecê-las. Foram cordiais sem ser amáveis. foram indiferentes e sequer criaram a aura de "família feliz" que tanto implorei a mamãe pra que fizessem mas, pelo menos não me detonaram. Então veio a surpresa. Estela sugeriu que eu e Camila mudássemos para casa de mamãe por uns tempos. Mamãe estava doente, e Estela “ Não queria que mamãe morresse dizendo que sente falta do filho maricas” . É amigos, Estela sempre foi uma seda!

Nos mudamos e tudo corria bem. Estela era fria conosco, mas não se metia a besta. Respeitava-nos, o que já era grande conquista. Eu estava realmente feliz, mamãe em seus últimos dias estava mais doce do que fora a vida inteira. E eu sentia-me triste por não ter vivido e aproveitado as caricias que uma mãe deve dar a um filho. Mas meu casamento próximo me alegrava, seria vida nova. Iria embora de perto das cobras, viver num lugar sossegado com a minha florzinha.

Então, uma noite eu vi tudo que não pensava que ia ver na minha humilde existência. Mamãe passou mal, mal mesmo e tive que socorrê-la altas horas da madrugada. Fui feito louco ao quarto de Camila, mas minha flor não estava lá. Fui ao quarto de quatro das minha irmãs, mas nenhuma estavam em seus aposentos. Finalmente ouvi gemidos, barulhos estranhos. Vinha do quarto de Estela. A porta destrancada. Quando entro vejo uma cena dantesca: Camila algemada na cama, com trajes nada singelos. Minhas irmãs empunhando chicotes, com roupas que não combinavam muito com sua austeridade e religiosidade. Era um nó tão grande entre as seis. Parecia um bicho que sofreu mutação genética. Dono de patas varias, de línguas saltitantes, mãos nervosas, pêlos infindáveis e principalmente, dono de um palavreado inimaginável.

Fiquei feito pateta parado no meio do quarto. Entre gemidos de mamãe, gemidos das jararacas e gemidos da vadia da minha ex-futura mulher. Camila ao me ver tratou logo de quebrar o gelo:

- Vamo querido, fica aí parado com essa cara de tonto não. Vem pra cá tambem!

(Por: Lorena Silva)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009